Monday, January 18, 2010

AINDA NA SENDA DO SHOW DE TALENTOS

Permita – me senhor director que o cumprimente primeiro e de seguida proceda ao pedido formal de publicação do presente artigo no jornal que V. Excia dirige.

Hoje irei abordar o tema “show de talentos”, um programa de lançamento de talentos do Rovuma ao Maputo e do Zumbo ao Indíco, ou seja deste belo Moçambique.

Na presente edição de “show de talentos”, confrontamo – nos com uma realidade amarga que deverá servir de exemplo para as edições futuras, pois chegamos a triste conclusão que o “show de talentos”, de talentos não tem nada, senão a lei do mais forte financeiramente que é a lei do voto.

O que aprendemos de facto é que, ainda que a pessoa que achamos que tem talento, o tenha de facto, nada garante a sua vitória em concursos dessa natureza se não tiver quem vote nele/a pelo seu trabalho demonstrado em cada gala.

O que aprendemos de facto também é que, quem tiver uma família abastada pode e vencerá de certeza um concurso dessa natureza, pelo absurdo que nos foi dado a assistir no domingo passado.

Não passa pela cabeça de nenhum mocambicano são, que a classificação que culminou com o desfecho do “show de talentos”no passado domingo tenha sido de facto a mais justa, sem querer beneficiar quem quer que seja.

O que queremos fazer passar é que devemos pautar pela ovação de talentos e não de absurdos, de votos familiares entre outros cenários que não abonam a favor da empresa patrocinadora do evento e da televisão que o transmite, pois a ser assim estaremos de facto, a cultivar a cultura de quem pode, pode nem que seja pisando os outros para mostrar que pode.

Meus caros, os moçambicanos votaram, votaram e votaram, mas foi colocada em xeque – mate, frustrando a sua expectativa, com a lei do mais forte financeiramente.

A ser assim de nada vale pedirem votos para depois verificarmos que o mais fraco dos concorrentes é de facto um dos vencedores.

Vencedora de quê? Talvez dos 150.000,00 Mt que levou para casa, atento ao facto de que o investimento familiar foi recuperado, pois daí nada virá como talento nos próximos tempos. Na sua plena consciência, estará a concorrente de Inhambane feliz, pensando que o seu talento foi valorizado quando numa das galas teve como classificação zero?

É uma pena que os patrocinadores não vejam isso, pois de certeza estão preocupados com outras questões, pois os votos dos moçambicanos estão contando nas suas finanças. Vamos valorizar o esforço de quem vota que não é pequeno, e não insultar a nossa inteligência dessa forma.

Para contrariar a natural tendência das coisas, os melhores que na minha modesta opinião foram os concorrentes Pastor Dito e Calene, ficaram em quarto lugar, chupando o dedo, mas sempre durante várias semanas foram agraciados com a nota 10 fruto do seu verdadeiro talento, o teatro com a componente cómica.

Onde está a justiça dum concurso dessa natureza quando os melhores são preteridos na última gala que deveria ser da consagração de um trabalho de meses a fio e com o reconhecimento do corpo de jurados? Vamos ser sérios.

Aos moçambicanos a continuar assim, mais vale ficar com o nosso crédito no telemóvel e usá – lo de outra forma, pois os votos familiares ditarão sempre o veredicto final desses concursos.

Em jeito de fecho, apresentar algumas sugestões, quando o concorrente tenha nota zero como foi o caso vergonhoso que verificamos, deve o júri ter o poder de mandar esse concorrente para casa no dia seguinte.

A votação da última gala deve ser decidida 50% pelo Júri e 50% pelo voto popular, pois ai quem sabe haverá justiça no vencedor do concurso.

Outra sugestão é que havendo condições, dada as maravilhas tecnológicas, os votos sejam visionados pelo público, pois fica sempre a impressão de que algo não está bem na contagem invísivel dos votos.

Ainda bem que os Mambas venceram naquele domingo, senão seria a desgraça total.

Mais não digo e até a próxima.

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